Qual o caminho

Qual o caminho

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Estratégias Para Lutar contra a Lascívia

Estratégias Para Lutar contra a Lascívia

(John Piper)

Estou pensando em homens e mulheres. Para os homens, isto é óbvio. É urgente a necessidade de lutar contra o bombardeamento de tentações visuais que nos levam a fixar-nos em imagens sexuais. Para as mulheres, isto é menos óbvio, porém tal necessidade se torna maior, se ampliamos o escopo da tentação de alimentar imagens ou fantasias de relacionamentos. Quando uso a palavra “lascívia”, estou me referindo principalmente à esfera dos pensamentos, imaginações e desejos que visualizam as coisas proibidas por Deus e freqüentemente nos levam a conduta sexual errada.

Não estou dizendo que o sexo é mau. Deus o criou e o abençoou. Deus tornou o sexo agradável e definiu um lugar para ele, a fim de proteger sua beleza e poder — ou seja, o casamento entre um homem e uma mulher. Mas o sexo tornou-se corrompido pela queda do homem no pecado. Portanto, temos de exercer restrição e fazer guerra contra aquilo que pode nos destruir. Em seguida, apresentamos algumas estratégias para lutar contra desejos errados.

Evitar — evite, tanto quanto for possível e sensato, imagens e situações que despertam desejos impróprios. Eu disse “tanto quanto possível e sensato”, porque às vezes a exposição à tentação é inevitável. E usei os termos “desejos impróprios” porque nem todos os desejos por sexo, alimento e família são maus. Sabemos quando tais desejos são impróprios, prejudiciais e estão se tornando escravizantes. Conhecemos nossas fraquezas e o que provoca tais desejos. Evitar é uma estratégia bíblica. “Foge, outrossim, das paixões da mocidade. Segue a justiça” ( 2 Tm 2.22). “Nada disponhais para a carne no tocante às suas concupiscências” (Rm 13.14).

Não — diga “não” a todo pensamento lascivo, no espaço de cinco segundos. E diga-o com a autoridade de Jesus Cristo. “Em nome de Jesus: Não!” Você não tem mais do que cinco segundos. Se passar mais do que esse tempo sem opor-se a tal pensamento, ele se alojará em sua mente com tanta força, a ponto de se tornar quase irremovível. Se tiver coragem, diga-o em voz alta. Seja resoluto e hostil. Como disse John Owen: “Mate o pecado, se não ele matará você”.1 Ataque-o imediatamente, com severidade. “Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7).

Voltar — volte seus pensamentos forçosamente para Cristo, como uma satisfação superior. Dizer “não” será insuficiente. Você tem de mover-se da defesa para o ataque. Combata o fogo com fogo. Ataque as promessas do pecado com as promessas de Cristo. A Bíblia chama a lascívia de “concupiscências do engano” (Ef 4.22). Tais concupiscências mentem. Prometem mais do que podem oferecer. A Bíblia as chama de “paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância” (1 Pe 1.14). Somente os tolos cedem a elas. “Num instante a segue, como o boi que vai ao matadouro” (Pv 7.22). O engano é vencido pela verdade. A ignorância é derrotada pelo conhecimento. E tem de ser uma verdade gloriosa e um conhecimento formoso. Esta é razão por que escrevi o livro Vendo e Provando a Cristo (Seeing and Proving Christ — Crossway, 2001). Preciso de breves retratos de Cristo para me manter despertado, espiritualmente, para a sublime grandeza do Senhor Jesus. Temos de encher nossa mente com as promessas e os deleites de Jesus. E volvermo-nos imediatamente para tais promessas e deleites, depois de havermos dito “não”.

Manter — mantenha, com firmeza, a promessa e o deleite de Cristo em sua mente, até que expulsem a outra imagem. “Olhando firmemente para... Jesus” (Hb 12.2). Muitos fracassam neste ponto. Eles desistem logo. Dizem: “Tentei expulsar a fantasia, mas não deu certo”. Eu lhes pergunto: “Por quanto tempo fizeram isso?” Quanta rigidez exerceram em sua mente? Lembre: a mente é um músculo. Você pode flexioná-la com violência. Tome o reino de Deus por esforço (Mt 11.12). Seja brutal. Mantenha diante de seus olhos a promessa de Cristo. Agarre-a. Agarre-a! Não a deixe ir embora. Continue segurando-a. Por quanto tempo? Quanto for necessário. Lute! Por amor a Cristo, lute até vencer! Se uma porta automática estivesse para esmagar seu filho, você a seguraria com toda a sua força e gritaria por ajuda. E seguraria aquela porta... seguraria... seguraria... Jesus disse que muito mais está em jogo no hábito da lascívia (Mt 5.29).

Apreciar — aprecie uma satisfação superior. Cultive as capacidades de obter prazer em Cristo. Uma das razões porque a lascívia reina em tantas pessoas é porque Cristo não lhes é muito cativante. Falhamos e somos enganados porque temos pouco deleite em Cristo. Não diga: “Esta conversa espiritual não é para mim”. Que passos você tem dado para despertar sua afeição por Cristo. Você tem lutado por encontrar gozo? Não seja fatalista. Você foi criado para valorizar a Cristo — de todo o coração — mais do que valoriza o sexo, o chocolate ou o açúcar. Se você tem pouco desejo por Cristo, os prazeres rivais triunfarão. Peça a Deus que lhe dê a satisfação que você não tem. “Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, para que cantemos de júbilo e nos alegremos todos os nossos dias” (Sl 90.14). E olhe... olhe... e continue olhando para Aquele que é a pessoa mais magnificente do universo, até que você o veja da maneira como Ele realmente é.

Mover – mova-se da ociosidade e de outros comportamentos vulneráveis para uma atividade útil. A lascívia cresce rapidamente no jardim da ociosidade. Encontre algo útil para realizar, com todas as suas forças. “No zelo, não sejais remissos; sede fervorosos de espírito, servindo ao Senhor” (Rm 12.11); “Sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão” (1 Co 15.58). Seja abundante em atividades. Faça alguma coisa: limpe um quarto, pregue uma tábua, escreva uma carta, conserte uma torneira. E faça tudo por amor a Jesus. Você foi criado para administrar e trabalhar. Cristo morreu para nos tornar zelosos “de boas obras” (Tt 2.14). Substitua as concupiscências e paixões enganosas por boas obras.

Pai de misericórdias, quão freqüentemente

Deixamos de lutar contra a lascívia.

Temos abraçado o inimigo que faz guerra contra a nossa alma.

Perdoa-nos, de acordo com tua promessa de ser Tardio em ira e abundante em misericórdia.

Vem agora e dá-nos nova determinação, Novo poder e nova visão de tuas Promessas e de teu supremo valor.

Sacia-nos de manhã com a tua benignidade, Destrói a raiz de nossa lascívia com um prazer superior.

Em nome de Jesus, oramos. Amém.


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O Mistério da Iniqüidade

O Mistério da Iniqüidade

R. C. Sproul

R. C. Sproul nasceu em 1939, no estado da Pensilvânia. É ministro presbiteriano, pastor da Igreja St. Andrews Chapel, na Florida; fundador e presidente do ministério Ligonier, professor e palestrante em seminários e conferências; autor de dezenas de livros, vários deles publicados em português; possui um programa de rádio chamado: Renove sua Mente, o qual é transmitido para uma grande audiência nos EUA e para mais de 60 outros países; Suas graduações incluem passagem pelas seguintes universidades e centros de estudos teológicos: Westminster College, Pennsylvania, Pittsburgh Theological Seminary, Universidade livre de Amsterdã e Whitefield Theological Seminary. É casado com Vesta Ann e o casal tem dois filhos, já adultos.


O problema clássico da existência do mal tem sido chamado o tendão de Aquiles da fé cristã. Filósofos como John Stuart Mill têm argumentado que a existência do mal demonstra que Deus não é onipotente, nem bom, nem amoroso. O raciocínio é que, se o mal existe à parte do soberano poder de Deus, então, por lógica irresistível, Deus não pode ser considerado onipotente. Por outro lado, se Deus tem realmente poder para impedir o mal, mas falha em fazê-lo, isso se reflete em seu caráter, indicando que ele não é bom nem amoroso.

Por causa da persistência desse problema, a igreja tem visto inúmeras tentativas no que tem sido chamado de teodicéia. O vocábulo teodicéia envolve a combinação de duas palavras gregas: a palavra que significa Deus, theos, e a palavra que significa justificação, dikaios. Portanto, uma teodicéia é uma tentativa de justificar a Deus pela existência do mal (como vemos, por exemplo, em Paraíso Perdido, escrito por John Milton).

Essas teodicéias têm abrangido desde uma simples explicação de que o mal ocorre como resultado direto do livre-arbítrio do homem até às mais complexas tentativas filosóficas como a de Leibniz. Em sua teodicéia, que foi satirizada na obra Cândido, escrita por Voltaire, Leibniz fez distinção entre três tipos de males: o mal natural, o mal metafísico e o mal moral. Nesse esquema tríplice, Leibniz argumentou que o mal moral é uma conseqüência inevitável e necessária da finitude, que é uma deficiência metafísica de completude do ser. Visto que toda criatura está aquém de ser infinita, isso produz necessariamente defeitos como os que vemos no mal moral. O problema dessa teodicéia é que ela não leva em conta a idéia bíblica do mal. Se o mal é uma necessidade metafísica para as criaturas, é óbvio que Adão e Eva tinham de ser maus antes da Queda e terão de continuar sendo maus mesmo depois da glorificação, no céu.

Até hoje, ainda preciso achar uma explicação satisfatória para o que os teólogos chamam de mistério da iniqüidade. Receio que muitas pessoas não sentem quão graves são as explicações que levam em conta alguma dimensão do livre-arbítrio. A simples presença do livre-arbítrio não é suficiente para explicar a origem do mal, visto que ainda temos de perguntar como um ser bom se inclinaria livremente a escolher o mal. A inclinação para a vontade de agir de maneira imoral já é um sinal de pecado.

Uma das mais importantes abordagens do problema do mal foi apresentada inicialmente por Agostinho e, mais tarde, por Tomás de Aquino. Eles argumentaram que o mal não é um ser independente. O mal não pode ser definido como uma coisa, ou uma substância, ou algum tipo de ser. Pelo contrário, o mal é sempre definido como ação, uma ação que falha em satisfazer um padrão. Nesse sentido, o mal foi definido em termos de ser tanto uma negação (negatio) do bem como uma privação (privatio) do bem. Em ambos os casos, a própria definição do mal depende de um entendimento anterior do bem. Sendo assim, como argumentou Agostinho, o mal é parasitário, ou seja, depende do bem para sua própria definição. Pensamos no pecado como algo injusto, que envolve desobediência, imoralidade e coisas semelhantes. Para serem definidas, todas essas coisas dependem do conteúdo positivo do bem. Agostinho argumentou que, embora os cristãos enfrentem dificuldades para explicar a presença do mal no universo, o pagão tem um problema que é duas vezes mais difícil. Antes de alguém abordar o problema do mal, precisa primeiramente lidar com a existência antecedente do bem. Aqueles que reclamam do problema do mal enfrentam o problema de definir a existência do bem. Sem Deus não há um padrão absoluto para o bem.

Nos dias contemporâneos, esse problema tem sido resolvido por negar tanto o bem como o mal. Todavia, essa atitude encontra dificuldades enormes, especialmente quando alguém sofre às mãos de alguém que lhe inflige mal. É fácil negarmos a existência do mal, até que nós mesmos sejamos vítimas da ação perversa de outrem.

Embora terminemos nossa buscar por esclarecer a origem do mal, uma coisa é certa: visto que Deus tanto é bom como onipotente, temos de concluir que, em sua onipotência e bondade, tem de haver lugar para a existência do mal. Sabemos que Deus mesmo nunca faz o que é mau. Contudo, ele também ordena o que deve acontecer. Ainda que Deus nunca faça nem crie o mal, ele ordena que o mal exista. Se o mal realmente existe, e se Deus é soberano, é óbvio que ele pode impedir o mal. Se Deus permitiu a entrada do mal neste universo, isso só pode ter ocorrido por sua soberana decisão. Visto que as soberanas decisões de Deus sempre acompanham seu caráter perfeito, temos de concluir que a sua decisão de permitir a existência do mal é uma boa decisão.

Temos de ser cuidadosos neste ponto. Nunca devemos afirmar que o mal é bom ou que o bem é mal. Mas isso não é o mesmo que dizer: “É bom que haja o mal”. Repito, mais uma vez: é bom que haja o mal; do contrário, ele não poderia existir. Nem mesmo essa teodicéia explica o “como” da entrada do mal no mundo. Apensar considera o “porquê” da realidade do mal. Sabemos com certeza que o mal existe. Ele existe em nós e em nosso comportamento. Sabemos que a força do mal é extraordinária e traz grande tristeza e sofrimento ao mundo. Também sabemos que Deus é soberano sobre o mal e, em sua soberania, não permitirá que o mal tenha palavra final. O mal sempre serve e servirá aos melhores interesses de Deus, que, em sua bondade e soberania, ordenou a derrota completa do mal e sua erradicação deste universo. Nesta redenção, encontramos nosso gozo e descanso – e até àquele tempo, vivemos em um mundo caído.

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quarta-feira, 4 de novembro de 2009



Este vídeo mostra a dura realidade do mundo "moderno", das mentes "abertas" e do povo "livre"

Destino Final

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